Não que eu tivesse algum interesse em particular na figura de Deodoro. Tampouco posso dizer que a leitura desta biografia, da mesma coleção daquela de José Bonifácio citada em outro tópico, tenha contribuído para despertar minha admiração por este veterano da Guerra do Paraguai. O fato é que estava naquela de reestudar a história do Brasil pelas biografias.
A impressão que ficou é que Deodoro, coitado, é uma figura meio apatetada da história... a leitura da biografia de José Bonifácio me deixou, involuntariamente, a impressão de que é uma grande tolice comemorar o sete de setembro; a de Deodoro fez o mesmo com o quinze de novembro.
Sei que soa como heresia para muitos, mas sinto que a República, no Brasil, pelo menos durante as quatro décadas seguintes à sua proclamação, não representou nem de longe uma transformação social. A mesma classe dominante que se valia da figura do imperador para fazer atender a seus interesses permaneceu no poder, agora fazendo uso da figura do presidente da República.
A sensação que fiquei é que o movimento de novembro de 1889 e consequente exílio de Dom Pedro II (de quem Deodoro era fiel servidor até então!!! ) foram muito mais uma retaliação à abolição da escravatura em maio de 1888 que qualquer outra coisa.
Se o Imperador D. Pedro II foi menos um estadista e mais uma figura decorativa e simbólica (o que ficaria ainda mais claro para mim após a leitura, ainda este ano, de "As barbas do imperador D. Pedro II, um monarca dos trópicos"), o mesmo pode ser dito de Deodoro. Se na capa do livro sua imagem em barbas brancas sugere respeito, o conteúdo parece indicar que foi uma figura carismática muito bem manobrada, um fantoche simpático, por assim dizer...
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
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