quinta-feira, 28 de maio de 2009

Construindo uma imagem

Estou com vontade de fazer um estudo analisando as notícias veiculadas pela BBC de Londres a respeito do continente africano.

Sistematicamente, a gigante midiática veicula notícias como uma que escutei hoje pela manhã, sobre gangues que assassinam albinos em série em Burundi para vender partes dos cadáveres a grupos que realizam rituais de bruxaria na Tanzânia.

Exótico, grotesco, bizarro. Essa costuma ser a tônica da maior parte das notícias produzidas a respeito daquele continente, sempre dando a impressão de que a mama África é uma terra atrasada e ignóbil, completamente mergulhada na ignorância.

(O que serve como justificativa ideológica para as constantes intervenções de organismos internacionais supostamente bem intencionados na região).

Lembro-me de que uma vez, na creche da minha filha mais velha, solicitaram uma pesquisa sobre a cultura africana. Imagino o sem-número de pais que mandaram imagens de comunidades tribais, com indumentárias primitivas e coisas do gênero.

Eu fiz questão de mandar imagens da nova capital que será construída em Angola. Linda, com desenho do Oscar Niemeyer.

Por que África tem de ser sinônimo de miséria e atraso?

Será pelo mesmo motivo que o Oriente é sinônimo de mistério e ebulição?

Por que achamos que os europeus são mais cultos e educados que nós?

Que dizer dos hooligans, que em matéria de brutalidade nada diferem dos imbecis que a caminho do Maracanã destroem lixeiras, depredam o patrimônio, agridem e matam?

Em que um hoolingan é menos selvagem e assassino que um integrante dessas gangues do Burundi?

Só porque nasceu em solo europeu?

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