terça-feira, 2 de junho de 2009

Não consigo deixar de pensar na mãe da Drica. O que passará pela sua cabeça? Aquela vastidão azul. Onde estará minha filha? Uma agulha no palheiro. Aquela massa imensa de água contra ela. Entre ela e sua filhinha. Meu Deus em que eu não creio, como isso dói. Amém, amém, amém.

- Amém, amém, amém.

Consigo ouvir a Drica falando isso daquele jeito engraçado dela, como se fosse um personagem recém saído de um sitcom. Consigo imaginar o ritmo do gesto, da voz, a expressão, o olhar, o arquear de suas sobrancelhas daquele jeito tão divertido.

Ah, Adriana... não pode ser... não com a nossa Adriana.

Volta para dizer que foi mais uma das suas aventuras. Vem nos contar como é que foi. Vem, que eu acredito que você ainda está aqui, de alguma forma, que você vai marcar um almoço conosco na próxima semana para nos dizer o que aconteceu...

Lost. Completely lost.

Será tolice? Será teimosia minha? Mas é tão difícil aceitar. Eu ainda não aceito. Deem-me provas concretas dessa sandice que estão dizendo. Quero pensar no piloto que pousou sobre as águas do Hudson. Nos milagres que vez por outra se conta nos jornais.

Será que é mesmo verdade?

Se é verdade, eu não posso deixar de comparar tua partida – ai, que estranho escrever isso, que estranho – não posso deixar de comparar com o destino que teve outro jornalista, outro coleguinha nosso, o Silva Jardim.

Tragado pelo Vesúvio, até no fim teve de ser extraordinário.

Com você... será? Será o mesmo? Será mesmo?

Por que não se publica uma linha aqui no Império? Por quê? Até isso me revolta! Você me trouxe até aqui, lembra? Eu não esqueci não!

Ah, Drica... tão divertida... tão sincera... tão amiga. Ah, Drica, Drica, Drica...

Nenhum comentário:

Postar um comentário