No último final de semana, visitei a cidade de Conservatória com a minha filhota e o “carinha” que, descobri, eu amo. A primeira vez que estive lá foi há dois anos, quando trabalhei acompanhando grupos de trabalho que se reuniam na Casa de Cultura de Conservatória para pensar o Arranjo Produtivo Local (APL) da cidade (um dia falo melhor dessa história). Fui então a convite – coincidência? – desse mesmo carinha...
Essa primeira passagem na cidade se deu numa quarta-feira, dia de semana. Tudo o que vi foi uma Conservatória calada, silenciosa, de portas fechadas. Essa imagem, somada ao fato de que eu estava a trabalho, deixou a impressão de que a cidade não tinha nada demais. O mais interessante daquela visita havia sido a experiência de tranqüilamente abandonar a minha bolsa na Casa de Cultura quando saí com um grupo para dar uma volta na pracinha da cidade, algo inusitado para uma carioca!
A Conservatória que conheci nesse final de semana, porém, era outra. É nos finais de semana que essa dama bota o mais belo vestido, veste o sorriso mais catito e cata a poesia mais bonita para encantar os turistas que vêm conhecer a cidade das serestas e serenatas... (Em tempo: somente visitando Conservatória é possível entender a diferença entre seresta e serenata, que nem o Aurélio nem a Larousse costumam indicar: seresta é o canto em ambiente fechado; serenata, o canto ao ar livre, à noite, sob a luz das estrelas e do luar).
A chegada. Nós fomos muito bem recebidos na pousada das Serras Verdes, de um casal maravilhoso, o Danilo e a Regina. Danilo é um piadista convicto, está sempre fazendo graça, tem um riso que faz a gente se sentir em casa. Regina é uma pessoa incrível... carinhosa, generosa, uma alma que encanta em poucos instantes. Conheci dois dos filhos do casal, a Rejane e o Fabrício. A Rejane tem uma menininha linda, a Luíza, que virou coleguinha da minha filha.
A pousada tem uma estrutura similar a um camping, com seis chalés simples e charmosos. Nós chegamos num sábado cheio de sol; fiquei surpresa com o calor que fazia (quando o sol se põe, no entanto, a temperatura cai sensivelmente). Assim que chegamos, fomos brincar de gangorra... não nego que uma das melhores lembranças que tenho dessa viagem é o sorriso do meu eleito brincando de gangorra comigo e com a Gabriela... Gabi, aliás, se esbaldou tanto correndo de um canto a outro, que acabou indo dormir, sem relutância, às 19h - coisa absolutamente inédita!
Uma outra Conservatória. Foi na noite desse sábado que conheci esse outro lado da cidade que a tornou tão popular. Festas julhinas inesquecíveis nas pousadas, bares e restaurantes funcionando a todo vapor, e a Serenata - essa espécie de catarse musical da cidade - saindo tradicional e pontualíssima pelas ruas do centro urbano de Conservatória.
Conheci o Cine Centímetro, um lugar simplesmente inacreditável: o espaço é uma réplica do Cine Metro Tijuca, demolido nos anos 1970. Mas contando não tem graça; só conhecendo para entender. Saí simplesmente maravilhada!
Não tive a oportunidade de visitar a Serra da Beleza, lugar onde, dizem, já ocorreram e continuam ocorrendo uma série de avistamentos ufológicos. Mas tudo bem. Não vi discos voadores, mas o céu de Conservatória, cheio de luzes e luzinhas, já valeu a pena.
Como sempre acontece quando eu estou do lado desse grande amor, eu saí muito mais rica. Aprendi, conheci e senti um mundo de coisas. Sorvi outros ares. Voltei cheia de idéias e de inspiração – e com uns gramas a mais, diga-se de passagem (será que o amor engorda?).
É sabido que a vida é feita de encontros, desencontros e reencontros - escrito assim, fica até clichê. Mas preciso falar desse jeito para explicar que o meu amor por Conservatória é um amor de reencontro. Um amor de retorno. Um amor forte. A imagem que vai ficar da cidade é a última: uma Conservatória viva, mágica, romântica e envolvente. Inconcebível se desgarrar dela.
segunda-feira, 16 de julho de 2007
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